Por Alessandra Albuquerque
Um homem baixinho, gordinho, barbudo, com uma leve calvície, sempre de bermuda e All Star. Facilmente identificado nas ruas da ribeira. Esse é Anderson Foca.
Quando pensamos em produção de Rock em Natal, seu nome é logo lembrado. O músico e produtor Anderson Foca, é dono do Centro Cultural DoSol que desde 2004 mantém o bairro da Ribeira vivo nos fins de semana. Seu interesse por música veio desde muito cedo, quando Foca morava em Belém: “lá era perto da Zona Franca, os discos chegavam mais baratos e fui me interessando”. Aos 18 anos decidiu trabalhar com música. “Não tenho formação em música nem em Administração. Fiz universidade de Ciências Contábeis mas nem peguei meu diploma”, conta Foca.
Foca já teve várias bandas e atualmente tem um projeto chamado Camarones Orquestra Guitarristica, que inicialmente era um projeto de estúdio e foi ganhando maturidade, conseguindo shows e hoje é uma banda que ganhou o prestígio do público potiguar, a banda já tocou em diversos festivais, não só no estado mas em outras cidades, como Rio de Janeiro.
Foca numa noite de muito Rock. (Foto: Arquivo Pessoal)
O Centro Cultural foi criado para dar continuidade aos projetos que já existiam, como a produtora, o estúdio e o selo DoSol. Nesse complexo (produtora e estúdio) já foram feitos diversos discos de artistas potiguares, todos com o selo DoSol. No palco do DoSol já passaram grandes bandas nacionais como Matanza, Rock Rockets, Dominatrix, Dead Fish, Confronto, bandas potiguares como Talma&Gadelha, Seu Zé, AK-47, I.T.E.P, Deadly Fate e bandas internacionais como The Expoited, The Donnas, Danko Jones e muitas outras.
O DoSol promove todo ano um dos maiores eventos de música do estado, o Festival DoSol, com grandes atrações e muitos dias de festa. Para Foca o sucesso do festival é resultado da confiança da cena musical do Rio Grande do Norte. “Sempre tivemos um grande comprometimento com a cena musical do RN e isso foi nos fazendo crescer aos poucos e de maneira sólida. Não sabemos o dia de amanhã, mas de fato crescemos muito e podemos crescer ainda mais.”
Apesar do atual sucesso o festival já teve suas dificuldades. As primeiras edições não contavam com nenhum tipo de patrocínio e algumas edições não geraram nenhum lucro. “Como não temos grandes artistas do mainstream nacional nossa bilheteria não representa nem 30% dos custos finais do festival. É bem difícil conseguir colocar uma mostra como o DoSol na rua, com preços de ingresso abaixo do mercado e oferecendo artistas novos e de conteúdo sem patrocínio, mas já fizemos loucuras antes e faremos de novo se necessário.” Mesmo com algumas dificuldades, Foca se diz realizado com o festival e diz que vale muito a pena “até porque o que ficou para trás agora é história. Olhar para frente que é o que importa!”
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