sábado, 17 de dezembro de 2011

Mais um Anônimo na economia



Por Adriel Silva


Em 2010 o Brasil teve um PIB de R$ 3,675 trilhões de reais o que ajudou o País a se tornar uma das 7 maiores economias do mundo. Desse valor total o Rio Grande do Norte geralmente contribui com menos de 1%, como foi registrado, por exemplo, nos anos de 2008 e 2009. Dentro destes números são encontradas desde grandes empresas exportadoras até a pequenos negócios e trabalhadores autônomos. E é entre esses números e empresas que um anônimo vem ganhando espaço numa área que cresce cada vez mais espaço no cenário do comercio nacional, o comercio via internet também conhecida como e-commerce.
Dono de uma empresa que vende camisetas e acessórios via internet, Juliano de Moura Caetano é um dos anônimos que, se aproveitando da economia forte, resolveu desenvolver o seu próprio negócio, A RedBug camisetas. Segundo dados da pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, realizada em 2010 e aqui no Brasil, divulgados pelo SEBRAE, 21,1 milhões de brasileiros realizaram alguma atividade empreendedora. Quando questionado sobre o que o levou a investir numa empresa que produziria camisetas com estampas bem humoradas para serem vendidas na internet, a sua resposta foi direta: Sempre gostei desse tipo de humor que fazemos na RB, mas não precisaria ser necessariamente em camisetas. As camisetas foram uma oportunidade”
Antes de criar a sua empresa ele trabalhava numa agência de propaganda. O que o levou a arriscar um caminho diferente provavelmente foi o mesmo motivo que elevou as estatísticas do empreendedorismo no Brasil, o bom momento vivido pela economia do país. Mas por outro lado, o bom momento da economia não significa uma certeza de sucesso e de que tudo se desenvolva de forma fácil, entre as maiores dificuldades, Juliano Caetano aponta os custos de investimento iniciais por serem altos e o relacionamento com as pessoas. O número de empresas que pedem falência nos primeiros 3 anos de vida é bastante alto. A RedBug camisetas, a empresa do entrevistado, talvez tenha sobrevivido a esse período graças, em parte, do auxilio de instituições como o SEBRAE e o apoio encontrado no Núcleo de Incubação tecnológica, localizado no IFRN. Com menos despesas e um maior apoio, financiamento e ausência de algumas despesas fica mais fácil reverter o dinheiro que seria destinado à parte dos gastos para outras áreas como produção e marketing. Mais do que no âmbito financeiro, o apoio se dá também na forma de orientações de como abrir uma empresa, saber trabalhar com os custos, entre outras orientações e oportunidades oferecidas às empresas, que servem para que o empresário seja capaz de fazer a sua empresa a “andar com suas próprias pernas”.
 Esse mesmo apoio, apontado por Juliano Caetano como uma grande ajuda, é também vista por ele como um recurso que poderia ser mais bem utilizado, já que em função da pouca divulgação em cima deste tipo de auxílio, muitas empresas são criadas e em seguidas tem de lutar no mercado por um espaço próprio no mercado, muitas vezes disputando lugar com empresas já consagradas, estáveis e com um publico fiel. Então, é nessa busca por espaço com outras empresas, entre outros fatores, que as empresas recém criadas muitas vezes não conseguem caminhar com suas próprias pernas e vai à falência, o que explica, em parte, o alto índice de empresas que não sobrevivem ao 3º ano de existência.


O empresário Juliano Caetano, um entre os 21,1 milhões de brasileiros que desenvolveram alguma atividade empreendedora no ano de 2010

Outra razão para que sua empresa tenha sobrevivido aos 3 primeiros anos de vida seja a área de negócios escolhida pela mesma. Se o produto que ele se propõe a vender fosse oferecido apenas em loja física, provavelmente a questão do público atingido seria bem pequeno, ainda mais em função do público alvo dos seus produtos, jovens nerds. Mas se por um lado o publico local seja relativamente pequeno, o comercio eletrônico permitiu ao empresário ter a disposição um meio de vender o seu produto de forma mais abrangente e até menos custosa em alguns aspectos. Para se ter uma ideia, o comercio eletrônico faturou em 2010 um total de R$ 14,8 bilhões, e é apostando nesse tipo de comercio que atinge 70% dos internautas brasileiros segundo a  companhia de pesquisas e analises de marketing na internet, comscore, que uma das estratégias da empresa que tem um público jovem é investir também em mídias sociais, onde há um maior contato com o público além de uma maior divulgação dos produtos.
Apesar da distância física existente entre a empresa e o consumidor final, o entrevistado destaca que os maiores compradores estão na região Sudeste, principalmente no Estado de São Paulo, onde estão aproximadamente 40% dos clientes segundo o entrevistado.
Mas ao mesmo tempo, que a internet se tornou um aliado, ele aponta para a desvantagem de que, embora permita um contato maior com o cliente, não permite um contato maior do cliente com o produto que acaba comprando um produto apenas através de uma foto, sem poder tocá-lo ou vê-lo pessoalmente. Mas apesar das dificuldades, os números apresentados servem para apoiar um pouco o que se reflete na entrevista do Juliano Caetano, que a forma como o comércio vem sendo feita e a própria economia do país está mudando, fazendo surgir novas oportunidades e maneiras para quem deseja ser um empreendedor também.


       
Racionais mc²: Sigmund Freud, Albert Einstein, René Descartes em um jogo de palavras entre o grupo de rap homônimo. exemplo do humor presente nos produtos da empresa.

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